Por Andre Farrath
Me preocupa o termo agro para definir a agricultura do Brasil. Para mim simples mortal, a agricultura convencional é aquele que tem sua terra e trabalha nela, tanto familiar ou empregando uma outra parte. Acredito que tenha ainda a turma que se chama fazendeiros, agricultores, pecuarista e etc… Agora monstros usando aviões para pulverizar suas lavouras, pois são imensidões de hectares; tratores dirigíveis, drones, entendo ser uma fatia privilegiada e muito pequena, muito pequena mesmo.
Todos são de suma importância, mas é bom que se pense nas terminologias. No meu entender Agro é uma camada escassa que vive em escritórios. Tem nada a ver com o que está se pregando por ai.
Me preocupa também o termo empresário. Muita gente com Mei- Micro empreendedor individual rotando de mega empresário. O Mei – Micro empreendedor individual quando foi criado nos idos de 2008 teve inicialmente o objetivo de amparar vendedor de picolé, de algodão doce, reparador de serviços domésticos, ambulantes de modo geral. E assim volta as terminologias – Coach – sujeito sem ter história nenhuma resolve dar palestra de orientação e treinamento pessoal. Mandando gente pular em piscina de madrugada no frio, gritar igual o He-man “eu tenho a força”. Cantar músicas de letras emotivas. Sei não, apareceu o Mentor – dando mentoria que é a mesma coisa de coach. Influencer digital – este sim – abri o instagram e lá tem um que fez um vídeo – “estou descendo do meu avião aqui em São Paulo” e se você quiser ganhar dinheiro igual é só assistir este vídeo e ficará rico rápido. Tem também as teologias da prosperidade onde acreditam que a benção financeira é desejo de Deus e com discurso positivo que contribuindo com os Ministérios seu dinheiro aumenta. Indo além tem a turma que atravessa o oceano, chega a Dubai, grava perto dos prédios impostores como Burj Kalifa, Jumeirah, Dubai Frame e dispara monte de rells orientando como ficar bilionário. O mais triste são os seguidores que geralmente passam de milhões.
Nas manifestações de 8 de janeiro de 2023, pude presenciar muita gente sendo presa dizendo que era empresário. Ainda ontem, ouvi de uma senhora dizendo ser empresária e que os impostos estavam exorbitantes. Perguntei se estava em dia com o fisco e a resposta foi: não pago nada e nem vou pagar, governo ladrão, só sabe tributar e tomar da gente. Achei séria a forma de responder, muito ríspida e nervosa. Mais tarde descobri que ela abriu uma empresa, tomou empréstimo e hoje deve 400 mil reais e não tem como pagar.
São pautas complicadíssimas. Temos que fazer uma reflexão mais profunda sobre terminologias. A bem da verdade os megas empresários estão sendo considerados “donos ricos de empresas pobres, falo isto porque também tem dívidas bilionárias e vivem especulando taxas de juros e bancos.
Tem a turma que usa terminologia maravilhosa, mas é o banco toma conta de tudo. É sério pessoal. Só se fala em crédito e juro; pouca gente com liquidez. Está um desespero pela taxa da Selic de 13,75% e eu concordo, mas será que está todo mundo sem liquidez? Isto é não é bom, é temeroso por demais.