Por André Farrath

Sociedade Anônima de Futebol, foi criada a partir da Lei 14.193/2021 e permitiu que clubes de futebol pudessem ser transformados em empresas.

Desde 2021, uma onda de clubes de futebol do Brasil aderiram à SAF. Entre eles, estão Botafogo, Cruzeiro e Vasco da Gama, Cuiabá, Atlético Mineiro e América Mineiro. Ressalta-se que o Red Bull Bragantino não é SAF e sim clube empresa, onde seu principal aliado é a RED BULL (sobre clube empresa abordarei em outro texto).

Mudança no nome da estrutura e gestão, passa de associação civil sem fins lucrativos para empresarial, com grandes alterações na forma de tributação, bem como normas de governança, controle e meios de financiamento para a atividade do futebol. A tributação começa com um tributo unificado nos cinco primeiros anos, limitado a 5% sobre as receitas mensais, exceto em transferências de atletas, a alíquota cai para 4% após os cinco primeiros anos, porém, incidirá sobre todas as receitas da empresa. Por ser muito recente é difícil opinar, mesmo porque aqui no Brasil nada dura mais de 24 horas quando o caso é tributar. Eu acredito que os clubes não ficarão livres de uma boa carga tributária num futuro próximo.

Na minha modesta opinião, o que se viu nos últimos tempos, foram empresários do exterior aproveitando a situação ruim de alguns clubes e adquirindo-os por cifras miseráveis. Tinha clube devendo conta de água, energia cortada, dívida na FIFA, chegando até a perder pontos no campeonato brasileiro. Era oficial de justiça todos os dias de treinos entregando cartinha.

A então SAF parece que veio para salvar estes clubes de má gestão que duravam décadas. No meu olhar singelo eles chegaram, pegaram o patrimônio, toda a história do clube, quitaram algumas dívidas e o restante está tudo parcelado, pagando com venda de jogadores da base. Forma um jogado mediano (meia boca) e já se fala em venda numa rapidez de um relâmpago.

Aquele carinho e glamour de ter honra a camisa, ao patrimônio, ao torcedor foi pro beleléu.

O prazo dado aos clubes, a princípio, é de seis anos para quitar as dívidas, podendo ser estendido por quatro anos caso 60% das pendências tenham sido pagas no primeiro período dado.

Daqui pra frente, SAF será um artigo comum, mais com alguns diferenciais; O Flamengo por exemplo pode transformar em SAF, só não será entregue de qualquer maneira, pois, tem chance da Associação ficar com um percentual maior, assim cito Palmeiras e Athético Paranaense. O Bayern de Munique tem este modelo, onde Adidas, Audi e Allianz tem percentual de 8,3% cada. Neste caso o time domina 75% das ações. Ai sim, as decisões são tomadas de forma diferente. Ai sim a SAF deixa de ser este modelo de migalhas onde a tradução melhor é: SAF- significado de time quebrado que foi entregue a alguém estrangeiro que se diz ser milionário.

No Botafogo, por exemplo, é o Textor que dita a regra, é dele o time, ele é o todo poderoso que vende jogador em qualquer fase do campeonato e não importa de perder um jogo desde que dê lucros. No Vasco da Gama o Pedrinho não apita em nada, ta pior que a Rainha Elizabeth. No Atletico Mineiro, os caras foram colocando dinheiro, metendo juro e depois só disse assim: “passa o time pra nós”, apesar de serem atleticanos. Ronaldo no Cruzeiro não foi diferente, chegou exigiu a Toca da Raposa em seu nome, pagou uma ninharia, fez um time comum, vendeu um monte de jogadores da base e ainda saiu lucrando. Como dono do Cruzeiro, Belo Horizonte foi um local que ele foi muito pouco, pois os compromissos com o programa da Luciene Gimenez eram prioridades. Com aquisição de Pedro Lourenço que é cruzeirense nato, as coisas podem tomar outro rumo. O Bahia fez sua transformação e só viu migalhas. O Sport Recife está doidinho querendo fazer. Até agora não vi um jogador que a 777 Partners trouxe da Europa para jogar no Vasco da Gama. O time do Vasco é um amontoado em campo. O time não tem um jogador que possa ir ao aeroporto recebê-lo.

Este Jhon Textor está indo para o mesmo caminho. Tirou o técnico no auge do campeonato brasileiro onde o Botafogo liderava, e o Zagueiro Adryelson já está longe do Brasil. O Fenômeno Ronaldo, só trouxe jogador de segunda divisão do Equador e Bolívia. Trocando em miúdos raríssimos clubes do futebol brasileiro tem gestão descente.

Imagem de freepik

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